sexta-feira, 22 de abril de 2011

Rainer Maria Rilke

Cartas sobre Cézanne

Imagine, porém, o meu espanto quando a senhora V., com sua formação e olhar de pintora, disse: "Ele sentou aí na frente como um cão e simplesmente observou, sem estar nervoso e sem segundas intenções." E ainda disse muitas outras coisas sobre a sua maneira de trabalhar (que se vê em um quadro inacabado). "Aqui", disse ela, mostrando determinado ponto, é algo que ele soube" e agora diz (determinado ponto em uma maça), "ao lado está vazio porque ele ainda não sabia. Ele fez apenas o que sabia e nada mais". "Que boa consciência ele deve ter tido", disse eu. "Ah, sim: ele era feliz em algum lugar bem lá dentro..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário