segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Rainer Maria Rilke


Certamente é preciso ir tão longe na imparcialidade, até o ponto de negar também a interpretação às vagas lembranças de sentimentos, às tradições de preferências e preconceitos herdados, a fim de dirigir a força, a admiração e a vontade, de maneira anônima e nova, para as próprias tarefas. É preciso ser um pobre, até a décima geração. E, também com relação àqueles que vieram antes, deve haver a possibilidade de ser um pobre, senão só se alcança o ponto desde onde eles subiram, sua primeira glória. Mas é preciso, para além deles, sentir as raízes e a própria terra. É preciso que se possa, a cada momento, pôr a mão na terra como o primeiro homem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário